Feagri em Foco
2007
Pesquisadora usou filme plástico e injeção de gases
Franciane explica que os produtores da região de Campinas e Valinhos são responsáveis por 90% da produção nacional de figos de mesa, ocupando um bom espaço no mercado europeu. A fruta, no entanto, possui uma vida curta - de um a três dias. Por isso, deve ser comercializada rapidamente. Para a exportação, inclusive, os figos são colhidos em estágio meio maduro, mais próximo do rami - cuja coloração é 50% arroxeada -, para que, ao chegar em seu destino, não esteja em condições inaceitáveis de consumo. Esse procedimento difere do adotado no mercado interno, quando a fruta é colhida já madura, pronta para o consumo. "Na ausência de tecnologia, os produtores encontraram um mecanismo para não perder espaço no mercado internacional", explica o professor Ferraz. No percurso para o mercado europeu, a fruta sofre diversas oscilações de temperatura - são vários ciclos, desde a colheita, passando pelo transporte em caminhões até o tempo para o embarque em aeroportos. Esses procedimentos, explica a pesquisadora, podem ocasionar danos ao fruto, levando-o a perder as suas características, afetando inclusive o sabor e a aparência. Neste sentido, Franciane simulou, em laboratório, quatro variações de temperatura, semelhantes às registradas no transporte do produto, para solucionar o problema. Os testes resultaram em uma perda de massa do fruto menor que 2% ao final de sete dias de conservação da fruta envolvida em filme plástico, mas sem adição de gases. Em outra situação, em que o figo não foi envolvido em filme e nem foram feitas simulações de oscilações na temperatura, a perda de massa foi de 8%. Observou-se também o desenvolvimento de fungos, o que não ocorreu nos frutos acondicionados em filmes plásticos. Em todos os testes, o figo foi colhido no estágio maduro, sem necessidade da colheita prematura da fruta. Franciane esclarece, no entanto, que a técnica deve ser utilizada adequadamente. "Não é qualquer filme plástico que pode ser utilizado. É preciso saber o grau de especificação para melhor recomendação", explica. Já o processo de modificação da atmosfera ainda tem um custo considerado alto. Por isso, a técnica poderia ser aplicada nos transportes de longa distância.
Protótipo começou a ser construído há quatro anos
As pesquisas realizadas pela equipe da Feagri são coordenadas pelo professor Oscar Antonio Braunbeck e integram um projeto temático financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Desde 1992, o grupo vem se dedicando ao desenvolvimento de equipamentos que auxiliem na colheita de culturas como frutas, hortaliças e cana-de-açúcar. Em dezembro de 2006, por exemplo, os pesquisadores apresentaram o protótipo de uma colhedora para tomates de mesa, seguindo o conceito que associa otimização do trabalho com preservação de mão-de-obra e garantia de segurança e conforto aos trabalhadores. No caso da Unimac destinada à colheita da cana, o protótipo começou a ser construído em 2003. Atualmente, está em fase de finalização.
O coordenador das pesquisas, professor Oscar Antonio Braunbeck, da Feagri: equipamento deve ser testado ainda este anoDe acordo com o professor Oscar, a maioria dos componentes da colhedora já foi projetada e construída. "Estamos dependendo apenas da liberação de alguns recursos para que possamos concluir o equipamento. Nossa expectativa é que ele possa estar pronto para operar em caráter experimental ainda este ano", prevê. O professor da Feagri considera que a Unimac deverá promover mudanças no padrão de mecanização da colheita da cana-de-açúcar. Ele explica que as máquinas atuais são caras e de grande porte. Ademais, não conseguem operar em terrenos que apresentem mais do que 12% de declividade. Por fim, têm dificuldade de colher as canas que não estão em pé. A proposta dos pesquisadores da Feagri é que a Unimac seja mais compacta e barata. As projeções indicam que o equipamento, que pesará aproximadamente quatro toneladas, deverá chegar ao mercado a um preço próximo de R$ 250 mil. As colhedoras atuais custam cerca de R$ 850 mil e pesam de três a quatro vezes mais. Outra vantagem que a nova tecnologia deverá apresentar em relação aos modelos convencionais é que ela poderá operar em terrenos com declividade acentuada, visto que será dotada de tração e direção nas quatro rodas. Como a operação contará com o apoio de dez trabalhadores ? um conduzindo a colhedora e outros nove atuando nas etapas de ordenamento, alimentação e recolhimento das canas não-capturadas, a tendência é que haja redução do desperdício, que atualmente está entre 5% e 10%, variando conforme a lavoura. Mais um aspecto positivo da Unimac é que a colhedora foi projetada de modo a garantir aos trabalhadores maior conforto e segurança durante o cumprimento das tarefas. Os componentes seguem, por exemplo, princípios ergonômicos. "Com a Unimac, os funcionárias das fazendas ou usinas não terão mais que trabalhar em posições desconfortáveis e inadequadas ou realizar movimentos repetitivos de forma exaustiva", afirma o professor Oscar. Ele aponta mais uma vantagem da tecnologia desenvolvida pela sua equipe. O equipamento será acionado à eletricidade em substituição aos acionamentos hidráulicos.
Detalhe do despalhador: níveis de mecanização são baixos no país
Pelos cálculos feitos pelos pesquisadores, a Unimac terá capacidade para coletar até 200 toneladas de cana por dia, considerando um período de dez horas de trabalho. "Nada impede, entretanto, que o equipamento opere durante 24 horas, por meio de turnos", explica o docente da Feagri. Para se ter uma idéia do que essa produtividade representa, basta compará-la com o desempenho de um cortador de cana. Atualmente, os mais produtivos conseguem cortar, em média, dez toneladas por dia. "Pelas nossas estimativas, o custo da colheita com o uso da Unimac será de R$ 4,00 por tonelada, o que o torna altamente competitivo", analisa o professor Oscar. O preço comercial projetado para a tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores da Unicamp possivelmente não será acessível a boa parte dos pequenos e médios produtores, como reconhece o coordenador dos estudos. Ele considera, porém, que a colhedora poderá ser adquirida por cooperativas agrícolas ou mesmo por empresas prestadoras de serviços, que seriam contratadas por esses agricultores para realizar a colheita da cana. "Sem essa opção, eles dificilmente terão condições financeiras de cumprir a legislação e mecanizar a colheita", pondera o docente da Feagri. O processo de adaptação da Unimac está sendo conduzido pela Agricef - Soluções Tecnológicas para a Agricultura, empreendimento abrigado na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp).
Com o objetivo de aprofundar o debate sobre temas relacionados ao mundo rural brasileiro, um grupo de universidades federais e estaduais promove, ao lado da Embrapa, entre 11 e 14 de setembro, o II Encontro da Rede de Estudos Rurais
Roston enfatizou a importância da (Feagri) para momento especial do País na área de agronegócios e disse reconhecer que a unidade deve estar sempre preparada para servir o Brasil. O diretor atentou para a necessidade de estreitar laços com os parceiros vizinhos, entre eles institutos de pesquisa, e estabelecer uma atuação efetiva com o setor produtivo.
Depois de assinar o termo de posse, o coordenador-geral da Unicamp, Fernando Ferreira Costa, agradeceu a participação do ex-diretor Roberto Testezlaf e seu assessor, Paulo Graziano Magalhães, nos órgãos colegiados da Universidade. Na oportunidade, parabenizou-os pelo desenvolvimento da Feagri nos últimos quatro anos. Ao desejar sucesso aos novos administradores, o coordenador-geral ressaltou a importância do futuro da Feagri para o País e afirmou ter certeza de que essa proposta será cumprida por Beraldo e Roston.
Alunos da Feagri (FA039 - Tecnologia da Madeira) realizam viagem acadêmica na região de Araraquara.
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Visitas:
- Ripasa (aplicação de defensivos, irrigação, operações de preparo de solo, plantio)
- Aroeira (preservação de madeira em autoclave)
- Alambique Beija-Flor (fabricação de bebidas)
- Apicultura Furlan (manejo e processamento de mel).
De 1980 até 1994, o IB não discutiu mais a estrutura departamental. Mas em 1994, tendo o professor Arício Xavier Linhares como diretor, e depois em 1998, com a professora Maria Luiza Silveira Mello, e em 2002, com o professor Mohamed Habib, foram nomeadas comissões para novamente discutir o tema. Entretanto, nos três casos não houve uma finalização do processo. De 1994 até agora muita coisa mudou, desde a forma de se fazer ciência e o conhecimento em si, até o quadro docente e funcional do IB, como conseqüência das limitações de ordem financeira das universidades paulistas, com redução significativa na contratação para reposição de vagas. O IB chegou a ter cerca de 170 docentes e, atualmente, conta com 121, com extremos que vão de 6 a 16 por departamento.
A atual diretoria do IB entende que, se isto se repete há tanto tempo, deve ser um desejo na unidade que a reestruturação ocorra. Além da óbvia razão de ser mais fácil administrar estruturas mais enxutas, existem outras importantes vantagens. Uma delas é a reposição de docentes pela universidade. Nos próximos 10 anos, o IB terá cerca de 60% de seu quadro docente em condições de se aposentar. Alguns departamentos ficariam restritos a dois ou três docentes. Certamente teremos contratações, mas não acreditamos que será no ritmo desejado.
Feagri substitui departamentos por conselhos integrados
A Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) foi a primeira unidade da Unicamp a fazer uso das prerrogativas previstas na decisão aprovada em 2002 pelo Conselho Universitário, que autorizava mudanças organizacionais de acordo com as necessidades de cada faculdade e instituto. No dia 3 de agosto de 2004, com o aval do Consu, a Feagri substituiu seus cinco departamentos por três conselhos integrados.
O diretor da Faculdade, professor Roberto Testezlaf, foi testemunha privilegiada do processo ? ele havia assumido seu cargo atual em julho de 2003. Hoje, passados quase quatro anos e em vias de deixar o posto, o docente faz um balanço positivo da reestruturação executada na unidade.
A opinião é compartilhada pelo professor Oscar Braunbeck, da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade de Campinas (Unicamp). "Nós temos um desafio e uma necessidade de não perdermos a liderança", afirma. "O que fizemos nos últimos 30 anos está ótimo, mas temos que pensar nos próximos 30. Temos terra suficiente, mas precisamos investir em tecnologia".
Um dos trabalhos intitulado "Avaliação do Microclima Gerado pela Ventilação Mínima em Aviários de Frango de Corte em Fase de Aquecimento", foi apresentado pela aluna de graduação Thayla Morandi Carvalho (IC/SAE) e o outro intitulado "Fatores Causadores de Alta Mortalidade em Frangos de Corte devido a Extremos Climáticos", foi apresentado pelo aluno de Doutorado Marcos Martinez Vale.
Ambos trabalhos foram orientados pelas Profas. Dras. Daniella Jorge de Moura e Irenilza de Alencar Naas. A participação e premiação destes trabalhos mostra a importância da aplicação da Engenharia Agrícola no setor avícola, onde o Brasil é o maior exportador de carne de frango e o segundo maior produtor de frangos do mundo.