Dissecando enormes e coloridas imagens de satélite, pesquisadores brasileiros da Unicamp e norte-americanos da Universidade do Kansas rastreiam cafezais de 11 mil cooperados da maior cooperativa de café do mundo, a Cooxupé. A idéia é ajudar a cooperativa, que produz 2,5 milhões de sacas anuais (2,5% da produção mundial) em regiões do sul de Minas e norte de São Paulo, a certificar seus cafés, de forma que possa conseguir melhores preços nas exportações.
O projeto, diz o professor J. Christopher Brown, do Departamento de Geografia da Universidade do Kansas, que atua num dos maiores centros de geoprocessamento dos EUA, é captar informações importantes para o mercado global, como qualidade, respeito ao meio ambiente e desenvolvimento social, agregando assim valor ao produto. Na UE, a rastreabilidade é obrigatória para se garantir segurança, enquanto nos EUA a motivação é ligada ao bioterrorismo. Tudo começou quando a Unicamp foi chamada pela Cooxupé para, através do geoprocessamento, mapear a sua produção e, assim, ter uma medida melhor da rentabilidade dos cafezais para o planejamento da safra.
"Descobrimos que a área de plantio era menor do que a estimada pelos métodos anteriormente adotados pela Cooperativa, ou seja, a produtividade dos cafeicultores tinha aumentado exponencialmente", diz Pedro Piason Breglio Pontes, da Feagri/Unicamp, que está desenvolvendo o projeto de pesquisa na Universidade do Kansas.