Sistemas Participativos de Garantia: da epistemologia agroecológica latino-americana à agroecologização dos assentamentos rurais

Responsável: Tayrine Parreira Brito
Tipo: Projeto de Doutorado
Orientadora: Profa. Dra. Vanilde Ferreira de Souza Esquerdo

Descrição: O objetivo principal desta pesquisa é analisar se o Sistema Participativo de Garantia (SPG) contribui para a expansão da agroecologia nos assentamentos rurais do estado de São Paulo, identificando os possíveis limites, desafios e potencialidades. Os assentamentos rurais configuram-se em territórios de reconstrução social. É importante que nesses espaços a produção de alimentos seja realizada de maneira sustentável, capaz de garantir uma alimentação segura e de proporcionar rendimentos às famílias. São Paulo é o estado que possui o maior mercado consumidor do país, porém há apenas 16 agricultores assentados com certificado orgânico por meio do SPG. Diante desse contexto, o problema de pesquisa se desenha a partir das seguintes questões: qual a situação atual das famílias assentadas participantes dos SPG’s em São Paulo com relação à renda, à segurança alimentar, à organização social e aos aspectos ambientais da unidade produtiva? O que leva a família assentada a participar do SPG? O que poderia ser feito para que mais famílias assentadas participassem do SPG? O estudo buscará abarcar todos os assentamentos do estado de São Paulo com unidades produtivas participantes dos SPG’s. Os instrumentos de pesquisa serão: a entrevista semiestruturada, a observação participante, o grupo focal e a pesquisa documental, guiados por uma abordagem qualitativa. Espera-se como resultado indicar as contribuições do SPG para a expansão da agroecologia e para a melhoria da qualidade de vidas das famílias assentadas.

Sistemas alimentares sustentáveis no Brasil: qual o cenário para a agricultura familiar e para as mulheres no pós-pandemia?

 

Responsável: Shana Sampaio Sieber
Tipo: Projeto de Doutorado
Orientadora: Profa. Dra. Vanilde Ferreira de Souza Esquerdo

Descrição: O recente cenário de desmonte das principais políticas públicas relacionadas à agricultura familiar e à segurança alimentar vem contribuindo para o fortalecimento do agronegócio a partir da deslegitimação da categoria agricultura familiar. Com a pandemia de Covid-19, pesquisas importantes denunciaram um cenário grave de insegurança alimentar no país, evidenciando múltiplas desigualdades etnicorraciais, territoriais, de gênero, de classe e decoloniais, entre tantas outras experienciadas no acesso à alimentação. A presente pesquisa tem como objetivo compreender o paradigma dos sistemas alimentares sustentáveis no Brasil a partir das experiências locais e institucionais da agricultura familiar na relação entre a produção e o consumo, refletindo sobre o papel desta e das mulheres na sustentabilidade da vida. Pretende-se partir da análise de dados secundários disponibilizados pelos censos e sistemas de acesso à informação referentes à agricultura no Brasil no contexto de uma pesquisa documental interseccional. O trabalho de campo vai ser realizado em dois assentamentos, no estado de São Paulo e de Pernambuco. Os instrumentos utilizados em campo serão: entrevistas, histórias orais e acompanhamentos da produção até o consumo dos alimentos. Espera-se verificar uma relação da agricultura familiar com a sustentabilidade no Brasil, sobretudo identificando o protagonismo das mulheres na sustentabilidade da vida, da produção até o consumo.

Implementação do Protocolo de Transição Agroecológica no Estado de São Paulo.

Responsável: Camila Ciasca Prosdocimi
Tipo: Projeto de Mestrado.
Orientadora: Profa. Dra. Vanilde Ferreira de Souza Esquerdo

Descrição: A forma como os recursos naturais são utilizados impacta diretamente a produção e a qualidade dosalimentos e, consequentemente, a saúde da população, gerando consequências negativas tanto para a economia como para o meio ambiente e a sociedade. Políticas públicas baseadas em princípios agroecológicos são fundamentadas no reconhecimento da sua multifuncionalidade e no seu potencial de conservação de recursos e promoção de serviços ecossistêmicos. A transição agroecológica promove o desenvolvimento sustentável, seguindo normas e princípios relativos à preservação e conservação do meio ambiente, buscando otimizar o uso de recursos internos e eliminar a utilização de insumos químicos, integralizando nesse sistema aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos, a fim de fortalecer o protagonismo social. A formulação de uma política pública se dá quando uma questão desperta atenção e interesse dos formuladores de políticas, tornando-se um problema que demanda a ação do Estado. Em 2016 o estado de São Paulo implementou o Protocolo de Transição Agroecológica para promover a agricultura orgânica entre os agricultores. Assim, o presente estudo busca entender as motivações e caracterizar os atores envolvidos e as coalizões realizadas para que o Protocolo de Transição Agroecológica entrasse para a agenda governamental e fosse implementado no estado de São Paulo. Para o alcance do objetivo realizaremos, além de revisão bibliográfica sobre a temática abordada, pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas com os atores envolvidos na implementação do Protocolo. Espera-se, desta forma, compreender quais foram as motivações para a implantação do Protocolo no estado de São Paulo.

Sistemas Agroflorestais Agroecológicos e Mudanças Climáticas: percepções de agricultores familiares assentados

Responsável: Camila de Souza Gabriel
Tipo: Projeto de Mestrado.
Orientadora: Profa. Dra. Vanilde Ferreira de Souza Esquerdo

Descrição: Eventos climáticos extremos são um dos principais desafios enfrentados na atualidade. A atividade agropecuária possui ações que impactam o clima, sendo uma das principais fontes de emissão de gases do efeito estufa (GEE). Estima-se que 46% das emissões brutas são  provenientes da mudança do uso da terra, ocasionada pelo desmatamento e pelo setor agropecuário, afetando principalmente os agricultores familiares. A agricultura familiar, principal responsável pela produção de alimentos, pode ser muito impactada pelos eventos climáticos extremos, seja na produção ou na sua forma de vida. A agroecologia enquanto ciência, prática e movimento promove agriculturas de base sustentável para a mudança na forma de produção de alimentos, garantindo o respeito aos conhecimentos tradicionais e a soberania e segurança alimentar. Num contexto de crise climática, torna-se urgente pensar em outra forma de produção de alimentos que respeite o meio ambiente e a população. Os Sistemas Agroflorestais são formas de ocupação da terra que combinam a produção de alimentos e de árvores, respeitando o meio ambiente. Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo analisar se os Sistemas Agroflorestais, a partir dos conceitos agroecológicos, contribuem para a adaptação e diminuição dos efeitos das mudanças climáticas. Esta é uma pesquisa qualitativa, de associação, onde serão utilizados como instrumentos de coleta de dados: entrevistas semiestruturadas, pesquisa documental e observação participante. Acredita-se que os Sistemas Agroflorestais agroecológicos reduzam os efeitos dos eventos extremos promovidos pelas mudanças climáticas, sendo uma forma de mitigação e adaptação para a agricultura familiar.