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Coletivo Negro da FEAGRI comemora um ano com plantio de Baobá

No dia 5 de junho de 2024, um evento histórico marcou a terra e as raízes na Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp. Os Coletivos Negros 'A Voz do Morro' (FEAGRI) e Simone Maia (IB), em parceria com a Casa de Cultura Tainã e demais coletivos e segmentos do movimento negro, realizaram o plantio do Baobá di Keti na Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp, em comemoração ao primeiro aniversário da sede do Coletivo Negro 'A Voz do Morro'.

O evento contou com ampla participação da comunidade feagriana, incluindo estudantes, funcionários e docentes. Além disso, estiveram presentes representantes da Diretoria Executiva de Direitos Humanos da Unicamp, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Unicamp, do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, de diversos outros órgãos da administração central, entidades estudantis e segmentos do movimento negro de dentro e fora da universidade.

A celebração foi um momento de grande significado e simbolismo. O Baobá, conhecido como "a árvore da vida", é um símbolo poderoso na cultura afrobrasileira, representando a ancestralidade e a resistência dos povos negros afrodiaspóricos. O ato de plantio do Baobá di Keti simbolizou a profunda conexão com as raízes, a história e a força dos ancestrais.

O ritual de plantio foi conduzido com grande reverência pelo Mestre TC Silva da Casa de Cultura Tainã e pela Mãe Juliana D'Oya Togum. Com a força do Axé emanada pelos tambores, o evento foi permeado de espiritualidade e cultura, reforçando os laços com a ancestralidade africana.

O Baobá di Keti recebeu esse nome em homenagem a Zé Keti, icônico compositor e cantor, cronista das vidas nos morros cariocas. Zé Keti foi a voz das mazelas, das desigualdades, mas também da malícia e da malandragem, elementos centrais da cultura do samba. Este plantio não só celebra sua contribuição à música e cultura brasileiras, mas também honra a composição que deu nome ao Coletivo Negro 'A Voz do Morro'.

Extensão Comunitária é mais do que uma ação, é uma política e estratégia de construção coletiva de um mundo que reflete os valores e sonhos da comunidade. Em resposta às violências, os participantes resistem plantando sementes de transformação e esperança. Este evento foi mais um passo nesse caminho, reunindo a comunidade em torno de um símbolo de resistência e resiliência.

Após o plantio, o evento seguiu em cortejo até o Instituto de Biologia da Unicamp (IB), onde o Coletivo Negro Simone Maia conduziu uma roda de conversa sobre as Cotas Raciais na Pós-graduação, seguida de um coffee break. Foi um momento de reflexão e troca de experiências, reforçando a importância das ações afirmativas e da inclusão na academia.

Salve o Baobá di Keti! Salve o Baobá de Luanda! Este evento não só celebrou a história, mas também plantou as sementes para um futuro mais justo e igualitário. Agradecimentos são estendidos a todos que participaram e contribuíram para o sucesso dessa celebração. Que a resistência e a construção coletiva continuem a prosperar.

Texto: Vitor Gonçalves da Silva

Fotos: Isabella Aparecida (@cidocafotograf)