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Pesquisa mostra que a qualidade do tomate desestimula consumo

O consumo de tomate no Brasil é estimado em cerca de seis quilos por pessoa/ano. Quantidade pequena, se comparada a países como a Itália, onde este número supera os 30 kg per capita/ano, ou a Tunísia: 50 kg por pessoa/ano. A diferença pode ser explicada por fatores como o menor poder aquisitivo dos brasileiros e o elevado custo do produto. Mas uma pesquisa realizada pela Feagri/Unicamp (Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas) com os consumidores de tomates da região mostrou que mais de 95% dos entrevistados estavam insatisfeitos com a qualidade do tomate. "Observamos também que havia entre os consumidores um grande desconhecimento em relação às variedades. Esta perda de contato com os produtos é natural nos meios urbanos. Os mercados vendem tudo embalado, e o consumidor não precisa mais escolher", diz Marcos David Ferreira, pesquisador colaborador da Feagri/ Unicamp. "Quando você compra uma camisa, sabe qual marca é boa. No supermercado, não tem como saber, porque os produtores não são identificados." Para Paulo César Tavares de Melo, professor da Esalq-USP, o consumidor hoje não tem opção. "O setor hortifruti passou a ser a grande vitrine dos mercados. A feira saiu da rua e foi para dentro do mercado. Você não tem escolha: ou compra na bandejinha, que fica num setor segregado, de preço bem mais alto, ou vai na gôndola e só encontra um tipo de tomate." Melo refere-se à "commoditização" do tomate, ou seja, à inclusão de diferentes variedades dentro de um mesmo segmento, sem levar em conta as particularidades de cada uma. "Se houvesse um respeito maior com o consumidor, as empresas produtoras de semente levariam em conta o que o consumidor quer: o sabor. O tomate é uma das hortaliças que têm atualmente o maior número de reclamações dos consumidores." * (JF)*