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Seminário na Feagri abre atividades e celebra a imigração

As três universidades estaduais paulistas iniciam as comemorações do centenário da vinda dos imigrantes japoneses ao Brasil. A Unicamp começou hoje a primeira atividade com um seminário preparatório para a celebração na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), com a presença do cônsul geral adjunto do Japão no Brasil, Jiro Maruhashi. O presidente da Comissão do Centenário na Unicamp, o médico Ademar Yamanaka, revelou que a Unicamp está programando algumas atividades internacionais com as universidades japonesas Tuat - Tokio University Agriculture and Technology e Tsukaba para o pré-centenário.
Ele contou que nesta semana a Unicamp receberá, no Gastrocentro, um especialista japonês, o professor Toyama, para uma demonstração téorico-prática de cirurgia endoscópica de câncer gástrico precoce. "Está prevista também uma apresentação de um grupo de dança vindo diretamente do Japão no ano que vem e do Grupo de Tambores de Campinas. Outros eventos estarão ocorrendo simultaneamente na USP e na Unesp", adiantou Yamanaka.
O cônsul Jiro Maruhashi pontuou algumas relações Japão-Brasil falando inclusive sobre certos contrastes. "O Brasil é 22 vezes maior em extensão. Em relação à população, o Japão tem 130 milhões de pessoas e, o Brasil, 190 milhões. O Japão é a segunda economia mundial e o Brasil a décima. Os recursos naturais no Japão são escassos e no Brasil são abundantes. O PIB do Japão é de US$ 35,650 e do Brasil é de US$ 4.271", lembrou. Apesar de relatar os contrastes, Jiro mencionou a importante acolhida que o Brasil deu aos japoneses, que chegaram ao país em 1908. Segundo o cônsul, atualmente o Brasil é a terceira comunidade estrangeira no Japão, após somente a Coréia e a China.
O cônsul ainda recordou alguns marcos históricos como o início das relações diplomáticas com o Brasil em 1895, a chegada do navio Kasato-Maru a Santos, as relações interrompidas devido à Segunda Guerra Mundial em 1942, a vinda de 52 mil imigrantes japoneses ao Brasil em 1952, alguns projetos nacionais como Usiminas, Ishibras, Amazon Almi e Cerrado em 1960, a crise brasileira de 1980, a ruptura da 'bolha econômica' do Japão em 1990. Para Jiro, as visitas do primeiro ministro Hashimoto em 1996, do Imperador e da Imperatriz em 1997, do primeiro ministro Koizumi em 2004, do presidente Lula ao Japão em 2005 e do primeiro ministro das Relações Exteriores do Japão ao Brasil em 2007 contribuíram para estabelecer novas cooperações. No ano que vem, visitará o Brasil o príncipe Naruhito, que virá para as comemorações do Centenário.
De acordo com o professor Dênis Roston, diretor da Feagri, é uma satisfação para a sua unidade sediar esta primeira reunião das comemorações. Ele destacou que entre as contribuições do Japão à agricultura brasileira estão a introdução dos fertilizantes, inseticidas e novas técnicas de plantio. "O agronegócio brasileiro é responsável atualmente por mais de 30% do PIB e de 35% dos empregos. Devemos isso aos japoneses e aos seus descendentes", realçou.

(Isabel Gardenal)
Foto: Antônio Scarpinetti
Edição de imagens: Natan Santiago
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