Unicamp
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Embalagem prolonga vida útil do figo roxo

O acondicionamento das embalagens de figo roxo em filme plástico e a injeção de determinados gases prolongam a vida útil da fruta para sete dias, sem afetar a qualidade do produto. É o que demonstra a dissertação de mestrado da engenheira Franciane Colares Souza, apresentada na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp. A pesquisa foi orientada pelo professor Antonio Carlos de Oliveira Ferraz. Trata-se de uma técnica relativamente simples, que consegue aumentar a validade do figo roxo, além de otimizar os processos decorrentes do transporte do produto nos procedimentos adotados na sua exportação.

Pesquisadora usou filme plástico e injeção de gases


Franciane explica que os produtores da região de Campinas e Valinhos são responsáveis por 90% da produção nacional de figos de mesa, ocupando um bom espaço no mercado europeu. A fruta, no entanto, possui uma vida curta - de um a três dias. Por isso, deve ser comercializada rapidamente. Para a exportação, inclusive, os figos são colhidos em estágio meio maduro, mais próximo do rami - cuja coloração é 50% arroxeada -, para que, ao chegar em seu destino, não esteja em condições inaceitáveis de consumo. Esse procedimento difere do adotado no mercado interno, quando a fruta é colhida já madura, pronta para o consumo. "Na ausência de tecnologia, os produtores encontraram um mecanismo para não perder espaço no mercado internacional", explica o professor Ferraz. No percurso para o mercado europeu, a fruta sofre diversas oscilações de temperatura - são vários ciclos, desde a colheita, passando pelo transporte em caminhões até o tempo para o embarque em aeroportos. Esses procedimentos, explica a pesquisadora, podem ocasionar danos ao fruto, levando-o a perder as suas características, afetando inclusive o sabor e a aparência. Neste sentido, Franciane simulou, em laboratório, quatro variações de temperatura, semelhantes às registradas no transporte do produto, para solucionar o problema. Os testes resultaram em uma perda de massa do fruto menor que 2% ao final de sete dias de conservação da fruta envolvida em filme plástico, mas sem adição de gases. Em outra situação, em que o figo não foi envolvido em filme e nem foram feitas simulações de oscilações na temperatura, a perda de massa foi de 8%. Observou-se também o desenvolvimento de fungos, o que não ocorreu nos frutos acondicionados em filmes plásticos. Em todos os testes, o figo foi colhido no estágio maduro, sem necessidade da colheita prematura da fruta. Franciane esclarece, no entanto, que a técnica deve ser utilizada adequadamente. "Não é qualquer filme plástico que pode ser utilizado. É preciso saber o grau de especificação para melhor recomendação", explica. Já o processo de modificação da atmosfera ainda tem um custo considerado alto. Por isso, a técnica poderia ser aplicada nos transportes de longa distância.