Unicamp

Histórico e evolução

As atividades da Pós-Graduação em Engenharia Agrícola na UNICAMP, em nível de Mestrado, foram iniciadas na Faculdade de Engenharia de Alimentos e Agrícola (FEAA), em 1978, no então Departamento de Engenharia Agrícola, nas áreas de Máquinas Agrícolas e Pré-Processamento de Produtos Agropecuários. Essas áreas eram, em nível nacional, uma inovação em termos de Pós-Graduação. Sete anos depois, em 1985, foi criada a Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI) que, em 1990, obteve o credenciamento do Curso de Mestrado e implementou as áreas de concentração: Água e Solo, Construções Rurais, e Planejamento e Produção Agropecuária.

A implantação de um curso de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola era entendida como medida fundamental na busca de soluções para problemas tecnológicos de engenharia relacionados à agricultura, que apontavam para a necessidade de incorporação de pessoal mais especializado, visto que os problemas inicialmente tratados por profissionais de formações em áreas afins deveriam ser assumidos por pessoal de formação mais específica.

A necessidade de se criar o Curso de Doutorado ocorreu de forma natural e gradual. Em 1993 iniciaram-se as atividades em nível de Doutorado, consolidando, então, o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola (PPG-FEAGRI). Atualmente os cursos de Mestrado e Doutorado são recomendados pela CAPES.

Em meados dos anos 90, a Comissão de Pós-Graduação iniciou o processo de reestruturação dos cursos de Pós-Graduação, o qual envolveu, na primeira etapa do trabalho, uma ampla discussão sobre as Áreas de Concentração, Linhas de Pesquisa e Temáticas, buscando a consonância destas à demanda do setor produtivo e à formação de profissionais competitivos e capacitados para atuarem no mercado de trabalho, em áreas de interesse e de necessidade da comunidade. Essa discussão culminou nas áreas de concentração que predominaram até o ano 2013: Água e Solo, Construções Rurais e Ambiência, Máquinas Agrícolas, Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável e Tecnologias Pós-Colheita, todas validadas pela CAPES.

Após uma reavaliação das atividades que vinham sendo desenvolvidas na área de Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável, foi constatado que essas atividades tinham uma abrangência temática mais ampla, estendendo-se a outros aspectos da gestão que não só o planejamento. Deste modo, iniciou-se um gradual processo de realinhamento de ações dos docentes em direção ao tema da gestão, que culminou com a proposta de mudança de nome dessa área de concentração para 'Gestão de Sistemas na Agricultura e Desenvolvimento Rural', de modo a expressar as mudanças nos projetos e linhas de pesquisas. A alteração na área de concentração ocorreu em 2010, sendo que a tramitação ocorreu em 2011 e 2012, com aprovação final em dezembro de 2012, passando a ser implementada a partir de 2013.

Concomitantemente, em 2013, foi criado e teve início o Curso de Especialização lato sensu "Educação do Campo e Agroecologia na Agricultura Familiar e Camponesa - Residência Agrária", com o objetivo de propiciar formação especializada, principalmente a assentados e assentadas em áreas de Reforma Agrária com nível superior e egressos dos cursos universitários de ciências agrárias, para o desenvolvimento de atividades de assistência técnica e extensão rural com enfoque agroecológico em áreas de agricultura familiar e de reforma agrária. O curso tem sua proposta baseada na pedagogia da alternância, com atividades de efetivo trabalho acadêmico divididas em: 'tempos-escola', visando às ações formativas e de reflexão e troca, seminários e os componentes curriculares; e 'tempos-comunidade', destinados aos trabalhos de campo em regiões selecionadas. O curso teve o apoio do CNPq, por meio da aprovação da proposta submetida na chamada CNPq/MDA-Incra.

No período de 2013 a 2019, ingressaram no PPG-FEAGRI 14 docentes permanentes, ou seja, 48% do corpo docente permanente atual. Esse fato ocorreu devido às novas contratações de docentes na FEAGRI nos termos da Deliberação CONSU 005/2015, que permitia o preenchimento automático de vagas da carreira de Docente e Pesquisador da Unicamp em decorrência de falecimentos, demissões e aposentadorias de docentes.

Em 2016, diante desse cenário de mudanças no quadro de docentes da FEAGRI, foi necessária a reestruturação do Curso, em que foram revisados Áreas de concentração, Linhas e Projetos de Pesquisa e disciplinas, implantada a partir de 2017; inclusive com a criação da área de concentração Métodos Não Destrutivos Aplicados a Materiais, Estruturas e Árvores; e disciplinas como Escrita Acadêmica em Inglês (AP186); Estatística Aplicada às Ciências Agrárias (AP206); Análise de Imagens Aplicada a Produtos Agrícolas e Alimentos (AP210); Ultrassom Aplicado à Caracterização de Materiais: Aspectos Teóricos (AP354); e Práticas Laboratoriais para Pesquisa Ambiental (AP566).

Ainda em 2016, a Coordenadoria de Pós-Graduação da FEAGRI enfrentava uma crise devido à perda de três funcionários, dois pediram demissão e um aposentou-se. Em 2017 houve mudança na Reitoria e a nova gestão suspendeu a Delib. CONSU 005/2015 e contingenciou os recursos para novas contratações. Com isso, os serviços de secretaria do PPG-FEAGRI foram severamente comprometidos.

Em 2017 foram enviadas as informações para o Coleta/CAPES 2016, encerrando o quadriênio 2013-2016. O Programa que até então era nota 5, recebeu nota 4. Na Ficha de Avaliação da CAPES, observaram-se 3 pontos: atuação insuficiente de docentes na Graduação, o baixo índice de produtividade dos docentes e o número de professores colaboradores excedendo o limite de 30% do quadro de docentes.
A Coordenadoria (gestão 2015-2019) identificou um erro nas informações enviadas, sobre a atuação de docentes na Graduação que prejudicou a nota do Programa, e enviou um pedido de reconsideração à Diretoria de Avaliação da CAPES. Infelizmente, o pedido de reconsideração foi indeferido pela DAV-CAPES e a nota 4 foi mantida.

Outro fato que levou à queda na nota do PPG-FEAGRI foi o baixo índice de produtividade dos docentes, pois muitos estavam em início de carreira e os docentes com maior maturidade científica se encontravam em fase de aposentadoria, diminuindo o ritmo de produção acadêmica. Além disso, foi verificado que o número de docentes colaboradores estava acima do limite aceitável pela CAPES (30% do quadro total de docentes).

Em julho de 2019, houve mudança na gestão do PPG-FEAGRI e em agosto de 2019 na Comissão de Pós-Graduação (CPG). Uma das primeiras ações da atual gestão do PPG-FEAGRI foi revisar a situação de credenciamento de todos os docentes de acordo com as recomendações da Coordenação de Área da CAPES. Foram estabelecidos novos critérios para credenciamento/recredenciamento com base nas pontuações de publicações (Norma Interna CPG-FEAGRI 02/2020), conforme o Qualis Referência, apresentado na Reunião de Meio Termo da área Ciências Agrárias I, realizada nos dias 02 e 03 de setembro de 2019.

No final do segundo semestre de 2019 foi realizada a atualização das Áreas de Concentração, Linhas e Projetos de Pesquisa do Programa, sendo criada a Área de Concentração Agricultura Digital. O avanço da Agricultura 4.0, que incorpora automação e conectividade no campo, vem exigindo que profissionais do agronegócio busquem qualificações adequadas para o projeto, desenvolvimento e manuseio de máquinas, equipamentos e sistemas. A Área de Concentração Agricultura Digital será implementada em 2020. Desde o inícios das atividades de Pós-Graduação o PPG -FEAGRI titulou 649 mestres e 448 doutores, sendo que em 2019 foram titulados 13 mestres e 20 doutores em Engenharia Agrícola.