O sistema de colheita mecanizada da cana-de-açúcar, em substituição ao processo de queima do canavial, tem sido adotado pelo setor canavieiro. A finalidade é obter benefícios na qualidade do solo e do ambiente, com vistas a minimizar as emissões de gases causadores do efeito estufa, como o gás carbônico (CO2), o óxido nitroso (N2O) e o metano (CH4), apesar de muitos estudos comprovarem efeito nulo do gás carbônico no contexto de gás poluidor à atmosfera. Ao mesmo tempo em que é emitido, é absorvido pelas plantas através do processo de fotossíntese.
A queima do canavial em muitos lugares do Brasil (o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo) ainda é bastante praticada e tem causado perdas de matéria-prima. Por esse e outros motivos, o país tem agido com rigor para acabar de vez com essa prática inconsequente, que traz um verdadeiro transtorno às pessoas que moram nos arredores desses locais.
A fumaça e a fuligem são incômodas, por sujarem as casas e promoverem poluição no ar, afetando inclusive a saúde humana, principalmente no aparelho respiratório. Uma lei que está em vigor no Estado de São Paulo determinou prazos para a eliminação gradativa do emprego do fogo para despalha da cana-de-açúcar nos canaviais paulistas. Mas afinal qual sistema emite mais gás carbônico: o de cana crua ou queimada?
Em estudo de doutorado da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), a pesquisadora Rose Luiza Moraes Tavares avaliou a emissão de CO2 em solos sob sistema de cana crua (sem queima) e em solos de queimada do canavial. Sua conclusão foi que, contrariamente ao que se mencionava na literatura, a emissão de gás carbônico no solo foi maior no sistema de cana crua. "Nosso achado derrubou o mito de que o sistema de queimada emite mais gás carbônico", revela.
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